
sexta-feira, 13 de maio de 2016
sexta-feira, 6 de maio de 2016
Inveja, a ilusão da comparação
Inveja, a ilusão da comparação!
por Gisela Campiglia
O
conceito de inveja e cobiça são muito próximos, nos dois casos existe o
desejo de possuir algo que pertence à outra pessoa. Porém, na cobiça
pode haver um desdobramento negativo, ou positivo. Quando alguém almeja
ter aquilo que é do outro, existe a possibilidade deste desejo ser usado
positivamente como motivação; o resultado é o empenho para desenvolver e
alcançar tais atributos. A forma negativa de lidar com a cobiça é
tentar se apossar do que não lhe pertence.
Já a inveja é sempre
negativa, de forma preconceituosa e equivocada, alguns gostam de usar o
termo inveja branca, no entanto, não existe inveja positiva. A inveja é a
raiva vingadora do "impotente" que, ou invés de lutar pelos seus
anseios, prefere eliminar a concorrência. Na inveja, além da cobiça,
existe uma tristeza acompanhada de revolta, que decorre no desejo de
fracasso do outro. Mais do que desejar aquilo que é o outro, na inveja o
que realmente incomoda é a felicidade alheia.
A inveja pode se
manifestar de forma consciente, ou inconsciente, ela revela o rancor que
habita o indivíduo, essa profunda insatisfação tem suas bases na
imaturidade, repressão, ou frustração. Através de um processo de
transferência, essas emoções são enviadas contra pessoas que possuem
algo que elas desejam e não podem alcançar, ou, não tem coragem de
conquistar.
A origem da palavra inveja proveniente do latim é
invídia, significa "não ver", o invejoso é cego a respeito de si mesmo, é
alguém que precisa trabalhar o autoconhecimento. Somos todos irmãos em
humanidade, mas, diferentes e únicos em talentos. Se não existisse
comparação, não existiria inveja, ela nasce da diferença humana. Usar a
comparação entre o desempenho dos filhos como método educativo para
reprimir comportamentos indesejados, é uma prática nada saudável que
pode estimular a inveja entre os irmãos. Vinculada à comparação, a
inveja é direcionada a alguém próximo, um familiar, um vizinho, um
amigo, ou colega de trabalho. A inveja costuma ser parte de muitos
transtornos psicológicos e de personalidade, quando observadas
capacidades superiores as suas em outrem, algumas pessoas acabam por se
considerar prejudicadas pela vida.
Sendo um dos sete pecados
capitais no catolicismo, a inveja foi retratada no segundo degrau do
purgatório por Dante Alighieri em sua obra a Divina Comédia. Os
invejosos aparecem com os olhos costurados com arame, pois, estes haviam
tido prazer em ver o fracasso e o sofrimento dos outros. Toda inveja
vem pelos olhos, existe coerência na utilização da expressão olhar de
seca pimenteira, ou mesmo, fui vítima de olho gordo. Até mesmo os
amuletos usados como proteção contra a inveja carregam esse símbolo, o
olho grego, e o olho de boi.
O semblante de raiva disfarçada que
emoldura o olhar de inveja, costuma vir acompanhado de um falso elogio,
seguido por uma crítica dissimulada. Um exemplo bastante comum de inveja
entre mulheres é: " - Fulana é bonita, rica e inteligente, mas, você
sentiu o hálito insuportável que ela tem? Coitada!". Em realidade, a
pessoa que inveja não tolera o invejado. É claro que, a invejosa nem
cogita levar em consideração todo o trabalho que "fulana" teve, para
conquistar sua boa aparência, recursos financeiros e conhecimento.
Acredita que tudo tenha sido um golpe de sorte da vida, coisa que não
acontece com a "injustiçada" invejosa.
A inveja é a cegueira das
próprias habilidades, o invejoso perde tempo desejando o azar daquele
que identifica e desfruta de seu potencial, desta forma, viabilizando o
sucesso em sua vida como resultado. Afinal, é muito mais fácil olhar o
que o outro tem, do que olhar para si mesmo, assumindo e procurando
desenvolver as próprias capacidades.
A luz da vida em sua
perfeição criou cada ser humano como único, logo, somos incomparáveis.
Todos aqueles que reconhecem seus talentos e os praticam com excelência,
tem seu espaço para brilhar. A inveja é uma ilusão que nasce da
comparação; ao encontrar e desenvolver os próprios talentos naturais,
cada um pode ocupar o seu espaço de sucesso na vida.
Gisela
Campiglia é palestrante, estuda e pratica o autoconhecimento desde 1985.
Formação: Psicologia Junguiana, Física Quântica, Bioenergia, Metafísica
e Espiritualista.
Fonte: somostodosum.ig.com.br
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