Tempo da Colheita
Os
dias por aqui seguem sem pressa, portanto, é possível aproveitá-los sem
estresse, sem culpa. Basta priorizar o que nos é mais caro. No meu caso
e para outros também, eu acho, o difícil é saber o que é mais precioso:
o estudo, o trabalho caridoso, o momento de prece e reflexão.
Segundo
os mais sábios, os mestres amigos, tudo é precioso, qualquer atividade
voltada para o desenvolvimento do espírito deve ser realizada. Quer seja
o estudo que ilumina a alma com a luz do conhecimento. Quer seja o
trabalho caridoso, a dedicação aos pequeninos do Cristo, que demandam
auxílio e amor. Quer seja os momentos de reflexão, de escuta do nosso eu
interior. Quer seja o momento que nos recolhemos para apenas escutar e
dialogar com o Criador.
Suaves
são as palavras do Pai que vem ao nosso auxílio, nos guiando pelos
caminhos do processo de evolução. Elas nos atingem de sobressalto, nos
assustam, primeiramente, porque ainda não estávamos dispostos a ouvi-la e
segui-la, mas, depois, nos encantam e nos conduzem para searas ainda
mais edificantes.
Então,
surgem em nós à paz interior e a necessidade crescente de atender as
necessidades do espírito: de ouvi-lo e de atendê-lo em suas demandas de
crescimento, exercício do amor, da compaixão e da caridade.
Portanto,
nos orientam que, quando confusos de aonde queremos chegar, devemos
parar, mergulhar em nós mesmos e compreender o que naquele momento, nos
faz mais necessário.
Tenhamos
cuidado com todas as outras vozes que nos acompanham aqui ou aí. A voz
que deseja o esquecimento e o adormecer por acreditar que este é o
caminho mais fácil. A voz que prefere chorar e gritar, que pede consolo,
atribuindo a alguém sua responsabilidade, por achar que não é capaz de
seguir adiante. Ou quem sabe aquela, que prefere bradar com o mundo e
chamá-lo para os finalmente, para o ajuste de contas, pois, acredita que
nada lhe pode ser atribuído de bom ou ruim, pois, nada lhe remete.
Todas
estas vozes internas ou talvez externas a nós, ao redor de muitas
outras, a nos afastar do que realmente queremos e precisamos, por
temerem crescer. Por acreditar que crescer dói, machuca, é sem graça, é
para o futuro. Que pode esperar por um momento oportuno.
Garanto-lhes
que o futuro já chegou. O tempo da colheita não pode esperar. Precisa
ser alcançado e para comemorar a colheita farta, primeiro se faz
necessário o trabalho duro e a disciplina, o conhecimento e a dedicação.
Para somente depois, elevar os braços ao Criador a agradecer.
Se
deixarmos passar o período de colher, perdemos o fruto que, apodrecido,
cai ao chão. E que poderá se transformar em adubo, que alimenta a terra
que se torna propícia para um novo plantar. Porém, a safra estará
perdida. O tempo foi desperdiçado. Em vão foi-se toda uma vida.
Sim!
Uma vida! Uma encarnação! Se assumirmos o lugar da árvore frondosa
pronta para alimentar a alma que se deixa perder, que deixa para trás
todo um planejamento, para, agora, na reta final, perder seus frutos,
mesmo que possam ser adubo para uma nova existência, não vivenciando seu
ciclo.
O
dono da plantação entristece-se com a perda dos frutos, porém, por amar
muito cada uma de suas árvores, planta-a novamente, esperando-a
florescer. Acredita que de outra vez será diferente.
Não
esperemos a outra oportunidade. Façamos agora. Deixemos nosso caule
forte e apontemos para o alto a procura da luz, que nos energizará e nos
tonará aptos para a jornada.
Enfeitemos
nossos galhos com folhas e flores, façamos seu perfume encantar e
contagiar o ambiente em que vivemos e os que vivem ao nosso redor.
Vivamos em paz e em harmonia com toda plantação.
E
por fim, produzamos frutos, leves e saborosos, que acolhem, que
alimentam, que adoçam a nossa e as outra vidas, que compartilham conosco
deste momento sublime que é a encarnação.
- Não farei, jamais, o mesmo caminho.
Disse
Felipe ao embarcar rumo a terra, para a nova realização da existência
de aprendizado. Chegou cheio de esperança que desta vez faria diferente.
Mas
o tempo foi passando, ele cresceu e ficou cada vez mais curioso com as
belezas e prazeres deste novo mundo que habitava. Perplexo com tanta
coisa por fazer, precipitou-se em fazer escolhas sem reflexão prévia, e
foi se deixando levar e viver de acordo com o que acreditava, agora, ser
seu caminho. Não sabia o quanto havia se afastado do que realmente
queria nesta nova oportunidade.
A
velhice chegou e ainda nada havia sido feito. Já perto da morte, perto
do retorno deixou-se ouvir e, em um grito, demonstrou todo seu
desespero. Lembrara, finalmente, do que havia esquecido.
Desesperado
tentou refazer os caminhos. Mudar a direção. Mas já era tarde. Não
havia mais tempo. E ao partir, levou a culpa do não fazer, do não
cumprir e, desta forma, perdeu-se mais ainda.
Foi
encontrado, longo tempo mais tarde, em demasiado desgaste espiritual.
Recolhido em frangalhos, tal como um derrotado, não se permitia
melhorar. Mais longos anos se passaram até estar de pé.
E
num destes dias de reflexão pôs-se a chorar e foi encaminhado para o
departamento de reencarnação. Esperançoso dedicou-se a se preparar e,
antes de partir de volta a Terra, disse que não faria jamais o mesmo
caminho.
Em
que lugar nos encontramos? Em que momento? No preparo ou na colheita?
Estes processos se dão frequentemente, ao mesmo tempo, um ao lado do
outro, pois, não adianta só preparar ou só colher.
Se
ficamos só no preparo, perdemos de saborear os frutos. Se ficamos só na
colheita, perdemos tempo para a plantação das sementes que geramos. É
preciso estar atento, a pensar como o agricultor experiente, sábio.
Ele
investe em todas as etapas do processo. Busca o conhecer para aumentar e
melhorar a produção. Convoca trabalhadores que estejam na mesma
situação e com ele troca experiências, aprendizados.
Fiquemos
atentos. Trabalhemos conscientes e confiantes. Não cometamos as mesmas
faltas. Esforcemo-nos por nos fazer e agir diferente. Ganhemos tempo e
experiência com as nossas vivencias individuais e coletivas.
Aproveitemos
o fim do ano para velhas e novas reflexões. Voltemos às questões
cristalizadas que precisam ser resolvidas e partamos em frente,
seguindo, trilhando novos caminhos que nos levam ao objetivo maior de
retornamos cada vez melhores a casa do Pai.
Deixo-os com a sensação que amanhã tudo será diferente, porque estamos aqui a refletir e a buscar um novo amanhecer.
Abraço afetuoso!
Gregório.
02.12.2012
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