segunda-feira, 8 de julho de 2013

Semeie Alegria



Semeie, isto é: tire de onde há, jogue onde deve, espere que nasça, confiando na terra.

Semeie, na quieta cadência do gesto, dentro da calmaria da paz, regido pelo sossêgo da fé.

Semeie, porque seu coração é bom, porque seu irmão precisa, porque vale a pena aclarar os caminhos da vida, acolitando-os de pequeninas alegrias.

Quem reparte alegria é irmão, mais do que amigo. É pai, mais ainda do que irmão. Chega a ser mãe. Nem sei de obrigação mais urgente, nem de gesto mais a propósito.

Fique sabendo: todo mundo precisa disto, por mais que os rostos reguem e os silêncios omitam o pedido do coração: faça-me alegre.

Muitos desistiram de rir, desesperados de encontrar lados claros, lindos, leves, na vida. A estes, de modo especial, mande sua alegria.

Não é que a gente ignora os lados escuros da vida, nem esqueça que ela é dura, madrastamente dura. 

Mas, carecemos do conforto interior da alegria, a fim de achar lindo que as rosas nasçam entre os espinhos, em vez de amaldiçoá-los, por nascerem entre as rosas.

Nem pense que seja difícil semear alegria, na terra, junto dos seus irmãos. Pode constar de nonadas, de porções diárias, sumidas, mais que simples. Mantenha um rosto calmo e sem nuvens. Sustente a voz irmã, sem tons diretos. Sorria sempre, como tradução do que se passa na alma. Escute as pessoas, escute muito, escute sempre. Deixe extravasarem-se os corações. Faça-se receptivo.

O importante é que a alegria lhe nasça dentro da alma, como estado normal do coração, ambiente de consciência, lógica da fé, que deposita em Deus.

Ame a vida, normalmente a vida que seus irmãos levam. Faça mais: ame a vida que leva seus irmãos coitados. Não como quem aprova os males acontecidos, mas como quem os ensina a usarem-nos, todos os dias, como material de construção.

Sinta-se chamado à branca vocação da alegria. Creia: o mesmo Deus se serve da sua alegria fraterna, para beneficiar a quantos lidam com você. Um instrumento de alegria, que lindo!

Sua alegria, um mixto de pena, de enorme amor, de confiança na humanidade, de fé na ação divina, que usa misteriosamente os males da terra, para plasmar seus eleitos do céu. Imite a Deus: plante céus na terra: cante e sorria, a vida inteira.


(autoria desconhecida)

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