quarta-feira, 23 de abril de 2014

DESTINO


 
O destino se constrói a cada momento de nossa existência. 

Se é verdade que hoje navegamos pelo rio da vida com a canoa que construímos com os golpes do machado de nossos próprios atos, também é verdade que nos cabe remar no sentido que desejamos e sujeitando-nos a avançar lenta ou velozmente no rumo a ser alcançado. 

A cada instante reforçamos os mantimentos de nossa bagagem pelo apoio de corações amigos que promovem amparo fraternal. Nosso livre arbítrio nos permite, a todo momento, jogar para fora do barco o lastro excessivo das pedras da culpa que imaturamente juntamos no decorrer de nossa jornada. 

O esforço próprio para vencer a correnteza das adversidades da existência, leva-nos a escolher os afluentes de águas menos caudalosas, embora de percurso mais longo, sem as surpresas dos rochedos ocultos que desafiam nossa visão limitada. 

 O equipamento de bordo é fruto das nossas possibilidades, entretanto, a direção do barco da vida depende de nós.

Não há carma estático. A ideia de que o destino já está indelevelmente traçado existe nas estreitas mentes que se espremem no desfiladeiro limitado pelas muralhas pétreas da rigidez de percepção. 

O carma é dinâmico e sofre modificação a cada pensamento nosso. Quando pensamos, ocorre movimentação de energias, emissão de ondas e criação de situações atenuantes ou agravantes aos problemas. 

É verdade que somos peixes livres no aquário da vida. No entanto, estamos limitados as quatro paredes envidraçadas que correspondem aos pontos cardeais de nossa dimensão física; livres apenas no espaço dimensional que conhecemos, porém mergulhados em outros espaços que não percebemos.

Na trajetória da vida, os atos construtivos e amorosos além de conquistar a simpatia e o amparo ao nosso redor, geram vórtices energéticos superiores em nossa estrutura espiritual. 

A presença destas energias sutis suavizam acentuadamente nossas desarmonias energéticas, bem como reduzem nossas tendências a determinadas situações de desequilíbrio e sofrimento.

No trânsito pelo campo da vida podemos, a cada momento, espargir as sementes do amor que celeremente desabrocham nas flores perfumadas do companheirismo, em criaturas que amadurecem como frutos saborosos da solidariedade humana.

O carma, ou o destino, devem ser compreendidos sempre como uma tendência a determinadas situações decorrentes de nossa natureza psíquica, a qual foi elaborada nas múltiplas existências. 

Nada impede que lutemos contra elas, ao contrário, mentores espirituais nos amparam constantemente infundindo força para vencermos, evitando, muitas vezes, sofrimentos desnecessários.




 
(autor: Dr. Ricardo Di Bernardi)

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